quinta-feira, 27 de novembro de 2008

"Nunca ouviram a história do homem que cavava a terra para encontrar raízes e descobriu um tesouro?" (Khalil Gibran)

Depois de nossas conversas esse trecho veio bem a calhar...
Acho que essa é a coisa...
Acho que não encontrarei palavras para descrever a imensa felicidade que passei ao seu lado nesses dias em que esteve aqui.... foi como redescobrir um tesouro,aquele que andava adormecido, guardado no baú querido, mas que quase não era mexido... foi como cavoucar a terra e descobrir um tesouro - os amigos... os velhos amigos que resistem ao tempo e distância.. e a alegria, a cumplicidade não interrompida ficou estendida e serviu-nos de tapete para que caminhássemos noite a fora.
As palavras que calam, não por ausência de palavras, mas porque não precisavam ser ditas, bastava que nos olhássemos ou que apenas sorríssemos para que se instaura-se de súbito o entendimento, a alegria...
E que bom rever, estar perto do velho e bom Michel, aquele que apesar da sua nova vida , de seus novos costumes, nunca pôde esquecer da onde veio e dos amigos que conquistou, que nunca pôde e nem poderá deixar para traz o que passou, porque seria incapaz de renegar a sua história, porque nenhum outro lugar do mundo poderá roubar os anos que você passou aqui... intocável...
Você que em pouco terá uma nova nacionalidade, jamais poderá deixar de ser brasileiro... ( essa escolha que tem mais a ver com burocracias e facilidades do que algo feito com o coração). Porque papéis queimam, rasgam e se deterioram com o tempo, o sangue não, estará sempre a correr em suas veias... e que orgulho tenho porque teus olhos brilham quando daqui fala, do amor a tudo que tem, você que ainda almeja como uma conquista um canto onde foi seu canto por anos, lá naquele prédio onde tantas vezes passamos dias a aprontar sem limites... lá naquele prédio singelo... mas cheio de vida, de histórias... no para sempre edifício NICE...
Esta foto é apenas para que você tenha em vista o que nunca poderá sair do coração.
Que você leve para a nova terra meu carinho e admiração por ter se tornado esse homem belo...
Leva contigo meu carinho hoje e sempre.

Com amor ,
da sua amiga brasileiríssima
Ingrid
Para ti deixo esse Canto singelo de louvor à pátria, a canção gonçalvina é o poema mais citado na literatura e na música popular brasileira.
"Canção do Exílio"
Do poeta romântico maranhense Gonçalves Dias (1823-1864), é o maior fenômeno de intertextualidade da cultura brasileira. Escrita em 1843, em Coimbra, onde o poeta estudava, a canção transformou-se num ícone múltiplo. Representa, antes de tudo, a saudade (e a idealização) da terra natal, um sentimento universal e sem idade. Além disso, tornou-se a expressão do nacionalismo num país que acabara de conquistar sua independência política.


Minha terra tem palmeiras,Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,Não gorjeiam como lá.
Nosso céu tem mais estrelas,Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,Nossa vida mais amores.
Em cismar, sozinho, à noite,Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,Onde canta o Sabiá.
Minha terra tem primores,Que tais não encontro eu cá;
Em cismar — sozinho, à noite —Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,Onde canta o Sabiá.
Não permita Deus que eu morra,Sem que eu volte para lá;
Sem que desfrute os primoresQue não encontro por cá;
Sem qu'inda aviste as palmeiras,Onde canta o Sabiá.